DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Local: CAPS (Centro de Atendimento Psicossocial)
Cidade: Santo Antônio da Patrulha
Tipo de estágio: Profissional I e II
Estagiários em 2010/II: Flávio Luís Silva de Oliveira; (mail – flaviolso@terra.com.br)
Equipe:6 psicólogos, 4 psiquiatras, 1 assistente social, 1 terapeuta ocupacional, 1 psicopedagoga, 1 enfermeira, 1 técnico em enfermagem, 3 secretárias, 1 merendeira, 1 serviços gerais, 4 “oficineiros” (pessoas que dão aula de pintura, música, tricô x crochê x fuxico), 2 fonoaudióloga.
Psicólogo Responsável: Psicóloga Elisabeth Pasini
Carga Horária: profissional II – 17 horas
Possui reuniões de Equipe: Se sim, qual a frequência? Uma vez, 1 hora, por semana e reuniões trimestrais com toda equipe multidisciplinar, com fechamento do serviço ao público para tratar questões fundamentais, planejamento e casos clínicos.
Possui seminários: Se sim, qual a frequência?
APRESENTAÇÃO DO LOCAL
O local oferece serviço de ambulatório e CAPS, sendo que o ambulatório compreende o serviço de atendimentos, consultas com todas as especialidades incluindo atendimento infantil tendo como objetivos a prevenção e o tratamento. No CAPS realizam-se abordagens grupais, grupos terapêuticos, oficinas terapêuticas; seguindo um plano terapêutico para atender a necessidade do paciente. Tem-se contato regular com a psicóloga supervisora, três psicólogos, recepcionistas, duas psiquiatras, uma assistente social, uma psicopedagoga, uma enfermeira, uma auxiliar de enfermagem, uma oficineira, uma serviços gerais e uma cozinheira. A população atendida no local e de aproximadamente dois mil atendimentos / mês, com prioridade a população do próprio município, sem limite de idade, população do SUS – baixa renda, encaminhadas por médicos da rede SUS, escolas da rede estadual de ensino, judiciário e casos de urgência que apresentem risco de vida. São atendidos indivíduos com patologias múltiplas, desde crianças vítima de abuso, adulto em grupo terapêutico com patologias diversas, adultos em oficinas de pintura, grupo feminino adulto em oficinas de pintura, grupo de dependentes químicos de drogas ilícitas e álcool, grupo adulto tabagista, atendimento individual feminino adulto (obesidade mórbida, bulimia, luto patológico), atendimento a família soro positivo HIV e atendimento em grupo de acolhimento para avaliação, encaminhamento e ou tratamento de pessoas que estavam na fila de espera. Projeto do estagiário não realizado foi à aplicação de testes no início por limitações de saúde do estagiário e depois por sentir que a aplicação de testes não era o mais importante para aqueles pacientes. Têm-se planos de continuar fazendo atendimento individual com objetivo de compreensão psicodinâmica do paciente. Aprendizagens oportunizadas pelo grupo de profissionais é imensa, pois se pode aprender desde a abordagem diferenciada conforme o ideário teórico do terapeuta, a forma de intervir em terapia, as limitações de cada profissional, a importância do comprometimento do terapeuta com o indivíduo e o reflexo disso na melhora do paciente, a mudança de postura do terapeuta quando o paciente em grupo expressa que em tal abordagem teórica se sente melhor até a importância de se saber que o profissional precisa ser maleável e estar disposto a mudanças.Aprende-se com outros profissionais a importância do preenchimento do fichário de atendimento pelo terapeuta, (limitações do terapeuta na reprodução exata da fala e o momento em que se faça tal registro). Pergunta-se: é mais importante escrever ou não enquanto paciente fala? Neste sentido observam-se interpretações diversas dos terapeutas sobre a importância da fala ou sobre suas expressões durante o atendimento – é melhor: escrever mais o que ele fala enquanto fala ou é melhor ver suas expressões enquanto fala? Ambas parecem de grande importância e necessariamente uma das partes pode apresentar falha. Ouve-se que tanto uma expressão quanto outra podem voltar em outros momentos. Tem-se a impressão de se estar em um prolongamento da faculdade, ou seja, por a teoria em prática. Há um aprendizado constante sobre o processo terapêutico onde as intervenções se fazem necessário a qualquer comportamento do indivíduo, tanto em atendimento individual, quanto em atendimento grupal. Ao se acompanhar outros profissionais pode-se aprender que é terapêutico intervir em determinados momentos em outros é necessário escutar o que o paciente traz. Escuta, a princípio, parece algo simples, fácil, comum a terapeutas e corriqueiro nas terapias, mas também parece comum o estagiário com a intenção de melhor ajudar o paciente, atropelar antecipando a fala do paciente e intervindo antes mesmo de ele expressar seu sentimento, deixando de ser terapêutico a intervenção e passando a ser uma fala de pessoa comum. Percebe-se que em terapia a escuta é uma ferramenta de grande importância, que precisa ser bem usada pelo terapeuta para obter um melhor desempenho do paciente. O fator escuta, parece passar por um processo contínuo de aprendizagem e domínio da fala. É preciso um treinamento para se aprender a escutar e assim poder melhor usar essa ferramenta. O bom do estágio é que se pode aprender com os profissionais atuando em momento real.